Provavelmente a maioria de nós gostaria de ser imune a qualquer tipo de dor. Mas na verdade, não ter dor, seria um problema terrível. Por mais estranho que isso possa parecer, sentir dor é extremamente necessário para a sobrevivência. Afinal, todos nós sabemos que muitos problemas de saúde sérios começam com uma dorzinha aqui ou ali. Isso é um aviso do seu organismo, um sinal de alerta emitido. Indicando que alguma coisa está errada com o nosso corpo.
Existe uma doença capaz de levar à quase completa ausência de dor. Chama de síndrome de Riley-day. Sofrer desse mal significa, por exemplo, pisar com os pés descalços em um caco de vidro ou um prego superafiado sem perceber, ou coçar os olhos até machucá-los e acabar ficando cego. Isso acontece porque os portadores da síndrome apresentam má-formação dos nervos sensoriais periféricos, que são os responsáveis por comunicar a dor ao cérebro.
A doença acontece devido a uma mutação do gene: IKBKAP, que se localiza no cromossomo 9 (um dos 23 que compõem o genoma humano). Por sorte esse é um gene recessivo, ou seja, são necessárias duas cópias, herdadas do pai e da mãe, para que a síndrome se desenvolva. Ainda há muito a ser estudado, segundo Felicia Axelrod, diretora do New York University Hospital, nos EUA. "Não sabemos como a mutação genética causa as lesões e disfunções neurológicas."
Outro mistério é a alta incidência do gene mutante - e, por consequência, da própria doença - entre judeus asquenazes (oriundos da Europa Central e do Leste Europeu). Nesse grupo, observa-se a ocorrência de um caso a cada 3 700 indivíduos, contra algo estimado entre 1 e 9 casos a cada milhão no restante da população mundial. A disfunção é grave, não tem cura e leva também à ausência de lágrimas, entre outras complicações.
Fonte:
Fatos Desconhecidos > http://fatosdesconhecidos.com.br/post/e-se-voce-nao-sentisse-dor/1896